RESENHA | Uma Noite como Esta - Julia Quinn

18 de abril de 2019

Para quem adora romance de época, para quem quer começar a ler romance de época, para quem quer se divertir lendo ou se apaixonar, para o leitor que está buscando uma leitura rápida ou para quem quer se deliciar aos poucos... Uma Noite como Esta, da rainha dos romances de época Julia Quinn, atende a todas as necessidades.

Uma Noite como Esta
Quarteto Smythe-Smith #2
Julia Quinn

Romance de época
272 páginas | 2017
Editora Arqueiro

Nota: 5 ☆'s


Daniel Smythe-Smith passou três anos exilado na Itália depois de um duelo com seu amigo, o gênio matemático Hugh Prentice, e quase o fez perder uma perna. Com isso o pai de Hugh, Lorde Ramsgate, o ameaçou dizendo que se ele não saísse do país seria morto, mas um dia ele recebe a visita de seu amigo, que o libera para voltar à Inglaterra...
Ele volta justamente no dia da apresentação do Quarteto, mas encontra uma pessoa diferente ao piano (já que sua prima Sarah fingiu estar doente para não participar, Anne Wynter, a governanta das irmãs dela a substituiu), ao olhar para ela, ele fica encantado e, ao final da tortura apresentação ele corre para encontrá-la. Ao vê-la, não resiste e a beija, mesmo sem conhecê-la direito e ela, depois de um tempo escapa dele e se esconde.
Por falar em se esconder, Anne Wynter (ou melhor, Annelise Shawcross) esconde seu passado de todos, pois ela teve que se afastar de sua família, após ser enganada e humilhada por seu amado, que prometeu se casar com ela, sendo que na verdade já estava comprometido com uma mulher mais rica. Além de ter perdido a virgindade, o que já era terrível, ainda leva toda a culpa pelo que aconteceu, e por isso, ela não pode mais ter contato com a família e ela é levada para viver como governanta numa residência na Ilha de Man. Depois de um tempo, Anne foi contratada para cuidar das meninas Pleinsworth, primas de Daniel. E apesar da tentativa de manter seu passado oculto, a Lady Pleinsworth desconfiava que ela era de origem nobre e tinha motivos para negar sua criação.
Daniel, ao saber que Anne é a governanta de suas primas, resolve ir sempre à casa Pleinsworth sob o pretexto de vê-las, e sempre ia passear com elas, porque sabia que ela iria junto. E, com isso eles vão ficando cada vez mais apaixonados, mesmo que ela não adimita. Mas, o que ele não sabe, é que os segredos de Anne, vão além do tipo de criação que teve, e que agora, mais do que nunca, precisará conhecer o seu passado, pois ambos estão correndo perigo, e, desta vez, não tem nada a ver com o Lorde Ramsgate ou o duelo.


"Pode me beijar apenas uma vez? - sussurrou ela. Porque realmente queria aquilo. Queria um sabor da perfeição, mesmo se soubesse que não poderia desejar mais. - Pode me beijar uma única vez, e nunca mais voltar a fazer isso?"


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Uma história rica em clichês do gênero, mas também capaz de ser um ponto fora da curva quando quebra alguns padrões: a história de Daniel e Anne é o típico romance de época no que diz respeito a capacidade de encantar o leitor e assegura um dos clichês partindo do protagonista que é um nobre desejável ao casamento, mas parte ao rompimento de paradigmas quando se desvencilha do cenário marcante que são os bailes da alta sociedade londrina e embarca em uma história que se concentra no interior da terra inglesa ou pelas ruas da capital.

Protagonistas adoráveis com uma relação divertida que proporciona ao leitor uma leitura prazerosa e fluída na medida em que se torna impossível não torcer pelo casal a cada virada de página. Nessa história a autora pecou em não aprofundar mais sobre a vida dos personagens cujas informações se mantiveram no estrito necessário para que pudessem ser conhecidos, mas em nada influencia negativamente para que o leitor não simpatize com ambos.



O enredo merece destaque porque não esbarrou no limite do casamento e trouxe vida à história com um passado sombrio que medeia à vida de Daniel. Enquanto no primeiro livro da série sabemos pouco sobre o personagem e só menções a sua urgente saída do país, o que atiça a curiosidade do leitor, nesse segundo livro as respostas logo serão apresentadas e compreendidas, mas apesar do seu retorno à Inglaterra, o passado não o deixou e os perigos que o atormentavam surgem novamente envolvendo Anne neles, o que garante algumas cenas de tensão bem inseridas na história, suficiente para deixar o leitor angustiado pela inesperada ação que se desenrola. Um romance de época com um vilão, não é sempre que se encontra, e em Uma Noite como Esta a presença deste personagem dá um toque de suspense bem vindo à história mudando o pano de fundo para um romance com mais ação e menos foco na alta sociedade londrina.

A narrativa em terceira pessoa se mantém maravilhosa marcada pela presença massiva de diálogos atendendo aos anseios dos leitores que os preferem às narrativas descritivas; o tamanho dos capítulos variam bastante, mas na maioria são médios. A edição está muito bonita e a capa também, contudo a arte é a menos atrativa entre todas da série, mas mantém o toque aveludado intensificando uma característica que poderia ser concebida como uma marca da época.
 
Uma leitura singela de uma história que se enquadraria perfeitamente em um filme de sessão da tarde, aquele tipo de história que leva um sorriso ao rosto do leitor e proporciona boas gargalhadas, tem um romance equilibrado e respeito entre os personagens, além de contar com cenários bem retratados que garantem o aconchego de um romance de época. Um livro ideal para leitura entre outras mais densas ou para quando o leitor só quer uma história para se deliciar sem complexidade.

Uma Noite como Esta está longe de ser perfeita, mas sua essência leve e personagens carismáticos fazem toda a diferença na tentativa de assegurar ao leitor uma boa experiência literária, prazerosa e despretensiosa na qual é fácil se ver torcendo pela felicidade dos personagens. Além disso, é brilhante ver a construção da história, pouco a pouco revelando seus segredos, culminando no enlace perfeito do passado dos personagens ao presente que os aproximou. Um romance de imperfeitos para a época, extremamente romântico nos momentos certos, não o tempo inteiro,  que se torna marcante justamente por esse detalhe.




Conheça os outros livros da série
Quarteto Smythe-Smith


   

#1 Simplesmente o Paraíso {Resenha}
#3 A Soma de Todos os Beijos
#4 Os Mistérios de Sir Richard


10 comentários

  1. Oi Adri! Eu gosto de romance deste jeito, sendo romântico na medida certa e dando espaço para o desenvolvimento dos personagens. Este livro da Julia eu ainda não li, mas gostei do que foi mencionado na resenha sobre a historia. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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    1. Oi Cida. É uma delícia de ler, foge um pouco do comum dos romances de época, mas ainda assim garante aquela essência indispensável do gênero. Espero que goste! Beijos, Adri

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  2. Oi Adri,
    Eu dei um tempo da Julia Quinn, pois quando comecei a ler essa série, foi um pouco decepcionante. Para mim, nada supera os Bridgertons e essa série é meio 'mais do mesmo', sabe? Não me envolveu! Uma pena!
    beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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    1. Oi Ale! Eu tava com receio de que isso acontecesse comigo, porque eu sou encantada pela família Bridgerton e confesso que o primeiro livro dessa série não me agradou tanto assim, mas esse segundo foi uma inesperada mudança e me agradou muito. Beijos, Adri

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  3. Oi Adri!
    Eu amei esse livro, pra mim é o melhor e o terceiro também. Saber mais da história do Daniel e do Hugh foi muito interessante. Me diverti demais e que bom que você curtiu também! Espero que termine a série com o pé direito.
    Beijo!

    http://www.capitulotreze.com.br

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    1. Oi Mi! Por enquanto é o meu favorito, mas estou com expectativa em relação aos próximos. Espero que mantenham essa leveza e proporcionem uma ótima leitura. Beijos, Adri

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  4. Oie
    Ainda que esta série não tenha me cativado tanto, os livros são bons. Adoro as capas.

    Beijinhos
    https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com

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    1. Oi Nessa! Eu acho essas capas encantadoras, remetem muito à época e, claro, quem lê os Bridgertons antes pode acabar não gostando tanto, porque naquela série as histórias parecem ser mais desenvolvidas e maduras, mas nem por isso essa série deixa de ser uma delícia de ler também. Beijos, Adri

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  5. Oi Adri!

    Bota repleta de clichês nisso kkkkkkkk Mas são clichês tão gostosinhos que envolvem de uma forma tão simples e tão leve....
    Sem falar nas gargalhadas que eventualmente acabam saindo hahhahahhaa
    Esse foi o livro que me abriu as portas para conhecer a escrita da Julia Quinn e acabei gostando bastante!
    Beijos!

    http://livreirocultural.blogspot.com/

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    1. Oi Cláudio, com certeza é uma delícia mesmo, com ou sem clichês! E acredito quando diz que abriu as portas para conhecer a escrita e acabou gostando, porque é muito bom mesmo em todos os aspectos. Beijos, Adri

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